terça-feira, 16 de agosto de 2016

Rio "nunca pareceu tão seguro". Mas e depois da Olimpíada?

O ministro da Educação de Portugal foi assaltado a ponta de faca. O chefe da segurança da cerimônia de abertura dos Jogos Olímpicos também, ao deixar o estádio. Um policial foi morto quando seu veículo recebeu uma saraivada de balas, e um ônibus olímpico que levava jornalistas foi atacado por pessoas que atiraram pedras.

Mesmo antes do assalto neste fim de semana a quatro nadadores americanos, incluindo o medalhista de ouro Ryan Lochte, uma série de crimes tinha chamado a atenção para as falhas do Brasil ao oferecer segurança nos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro.

Mas para muitos nesta cidade exausta com a criminalidade permanece uma pergunta maior: o que acontecerá depois dos Jogos?

Para conter o crime em torno da Olimpíada, o Brasil mobilizou um aparelho gigantesco de segurança no Rio, duas vezes maior que o usado nos Jogos de Londres em 2012.

Sabendo da reputação do Rio pelos crimes violentos, os brasileiros mobilizaram 85 mil seguranças, incluindo 23 mil soldados que patrulham a cidade, alguns em veículos militares, além de helicópteros e navios de guerra que vigiam as praias mais populares da cidade.


"O Rio nunca pareceu tão seguro", disse Gilberto Dias, 50, um vendedor de cachorro-quente que descreveu como policiais a paisana entraram em ação certa manhã da semana passada quando dois bandidos atacaram um turista no bairro rico de Copacabana. "Eles simplesmente surgiram do nada, algo que eu nunca tinha visto."
Mas mesmo antes do início dos Jogos, o Rio enfrentou nos últimos meses um surto de ilegalidade que abalou os moradores e as autoridades.
Com a economia em crise, os assaltos e roubos nas ruas saltaram 42% em maio, com 10.000 roubos naquele mês. E depois de anos de queda no número de homicídios os assassinatos aumentaram mais de 7% no primeiro semestre, com mais de 1.500 pessoas mortas.

Enquanto persiste o medo da violência nas ruas e as batalhas armadas assolam as favelas do Rio, alguns brasileiros se preocupam com o que acontecerá depois dos Jogos, quando os soldados forem removidos e a cidade ficar por conta própria para enfrentar a crise financeira.

 As finanças do Rio estavam tão ruins antes dos Jogos que a cidade declarou estado de calamidade. As verbas tinham se esgotado, enquanto policiais e bombeiros protestavam contra atrasos nos pagamentos segurando placas no aeroporto que diziam aos visitantes "Bem-vindos ao inferno". 

Fonte:Uol

Nenhum comentário:

Postar um comentário